quarta-feira, 24 de junho de 2009

BONS TEMPOS AQUELES...


O cenário não poderia ser o menos favorável: a minha pequena, pacata e silenciosa Herval, naquela época, Herval do Sul (até o “do Sul” perdeu). Pois bem, era naquele cenário que me tornava adolescente, estudante do “Ginásio Estadual São João Batista”, onde cursava, não sei se sexta ou sétima série, mas o que importa é que meus pais, de origem muito pobre, não possuíam um aparelho televisor, então, tínhamos que visitar outros locais para assistir algum programa ou alguma reportagem.

Na época, era muito parceiro de um, então jovem como eu, Milton César Soares, mais conhecido como “Caquinho”, filho de um senhor que era bastante envolvido em política, Nido Soares, oposição pura ao regime governamental da época, e em especial ao sistema de “intendentes designados pelo governo para administrar o município”, por ser região de fronteira, e aquém dedicávamos especial admiração. Havia, na rua 15 de Novembro, um bar conhecido como “Bar do Carlinhos”, onde contava com um televisor, e ocorria, a noite, um debate entre Paulo Brossard de Souza Pinto (este eu lembro o nome) e outro (situação) Nestor “Joste” (ou algo semelhante), como candidatos a uma vaga no Senado. Nós, o Caquinho e eu, como menores, éramos proibidos de entrar no mencionado bar, mas com um pouco de cumplicidade do Carlinhos, ficávamos meio que escondido, mas “matando aula” assistíamos e vibrávamos com cada colocação do Brossard que colocava o Nestor em apuros. Acreditávamos que com o vitória, que já se desenha como certa, de Paulo Brossard, muita s coisas iram mudar, inclusive para nós, insignificantes, desconhecidos e meros morados “do Herval”.

Os anos passaram e vi subirem ao pódio do poder político legislativo (Senado Federal), representando o nosso Rio Grande, sindicalistas, locutores de rádio e outras tantas personalidades, mas e as melhorias para o nosso povo, onde foram? Conseguiram matar verdadeiras frentes de luta pacifica pela democracia, pelo bem estar do povo, criaram partidos que trocam a sua ideologia política por cargos e o que pior, não assumem os encargos. Até quando? Só o povo poderá dizer. O certo que não mais verei debates de alto nível como aqueles que mencionei aqui. Bons tempos em que se apresentava propostas e não se cercava de vários assessores a cata de pontos falhos da vida particular do candidato opositor.


Essa: Tu já sabias....

Um comentário:

  1. Indio Velho: Quem não lembra do Caquinho, figura fora de série e um grande companheiro de Ginásio. Tens toda a razão hoje vale mais o cargo e a famosa boquinha do que a ideologia. Quando iriamos imaginar o antigo MDB (Nido) e a Arena(Walter Ferreira) coligados, especialmente no nosso Herval, mas isso aconteceu por incrivel que pareça. Os tempos mudaram junto com a vergonha, se troca de partido como se troca de camisa, pobre povo, onde vamos parar ?
    Abraço.

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